quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Vitoriano ou Vitorino!

Embora este artigo já tenha algum tempo, e aliás já tenha sido publicado pelo Vitoriano Vimaranes no seu blogue, não resisto a publicá-lo na íntegra aqui no blogue Vitoriano.

Posso dizer que quando Carlos Daniel apresentava o Trio de ataque (programa emitido na RTPN às Terças à noite) pude enviar um email que para meu contentamento mereceu ser lido em directo.

Entre outras coisas, perguntei-lhe qual o seu clube! (já que ele "teimava e teima" em não divulgar a sua cor clubística). A resposta que me deu foi "Que oficialmente o seu clube era o Paredes!

Acreditem que acompanhava o programa sempre, e mesmo com o Vitória na 2ªdivisão, ele tinha sempre uma palavra de destaque ao nosso clube.

O facto de este programa ter tido posteriormente um representante do Vitória (João Reis que diga-se a meu ver está muito àquem de um verdadeiro Vitoriano) não deve estar alheio ao que podemos chamar de "simpatia" que Carlos Daniel nutre pelo nosso clube.


Fossem todos os Jornalistas como Carlos Daniel...


Eu e o Vitória

"Ver jogos em Guimarães nunca foi muito simpático para quem não era do Vitória. E eu não era, como obviamente ainda não sou, que homem que é homem não muda de clube. Sempre gostei no entanto, e muito, da cidade, local obrigatório dos repetitivos passeios escolares da minha infância. O Castelo e o Paço. Sempre o Castelo e o Paço, antes do Bom Jesus e da praia da Póvoa.. Mas voltemos ao velho Municipal de Guimarães, que também faz parte da minha vida, particularmente a de apaixonado por futebol, a começar naquela equipa perdida na memória, com o Osvaldinho, o Barrinha ou o Mundinho. Porque é que dantes os jogadores tinham estes nomes fabulosos de que não mais nos esquecemos? E o Abreu, claro o Abreu. Era o craque do meio-campo, o ai-jesus dos adeptos. Marcava os livres. Lembro-me melhor que do eu jantar de ontem.

Mais velho, num caso já como jornalista com regressos regulares à cidade-berço (é assim que se diz sempre nos relatos da rádio, que raramente se reinventam), vi os outros grandes Vitórias, os dois melhores, acho. Primeiro o de Marinho Peres, da elegância feita passada larga de Ademir, da robustez de Nascimento, da explosão de Roldão e dessa espécie de teimosia levada ao limite, de estar sempre no sítio onde caía a bola, que tinha o tal Paulinho Cascavel. Depois o não menos admirável Vitória de Pacheco nos inícios de 90, que voava pela direita com Zé Carlos, Paneira e Capucho, vendo surgir do lado contrário o génio ziguezagueante (o z é uma letra espantosa) de Zahovic. Aquele jogo contra o Parma é inesquecível.

Depois, sempre a expectativa adiada da ascensão ao Olimpo dos grandes, com o sonho de uma taça de Portugal que o clube há muito merecia ter na vitrina. Seguiu-se a queda, o abismo episódico no regresso à segunda divisão, que mais não serviu que para demonstrar como o Vitória é mesmo um clube especial. Único. Foi no momento mais difícil que a cidade tocou a reunir à volta da instituição onde dá sequência ao orgulho fundador. E conquistador. O ressurgimento surgiu numa época notável, a anteceder mais uma – esta – de passo atrás e desperdício de uma grande oportunidade de encostar aos 3 emblemas maiores.

O futebol é como a vida. Tão depressa nos abre um magnífico horizonte inesperado como nos desaponta com insucessos quando tudo parece tender à realização dos sonhos. Uma equipa é sempre a soma de dois factores fundamentais: um elenco (jogadores) de qualidade e uma ideia do treinador que o faça funcionar em conjunto. Na época passada a simbiose foi quase perfeita. Esta época não e não é difícil entender porquê. Aos dirigentes do Vitória e a Manuel Cajuda compete fazer o diagnóstico e encontrar soluções. Pelo menos a primeira das tarefas terão cumprido já nesta altura.

Nesta altura da vida – da minha – já estou em definitivo ligado a Guimarães, com uma parte importante da família a tornar-se vimaranense e, como não?, vitoriana. Até as minhas filhas sabem que a mãe quer que o Vitória ganhe. E elas gostam de tudo o que a mãe gosta. Eu, que olho para a maioria das equipas como adepto… de futebol tenho uma tendência natural para torcer pelas que jogam melhor. Este ano, sou do Barcelona em Espanha e do Arsenal em Inglaterra, por exemplo. Termino com um abraço a todos os vitorianos e os votos de que a vossa equipa me faça em breve gostar mais ainda do Vitória.
".


* por Carlos Daniel (jornalista da RTP)

4 comentários:

  1. Este comentário deve ter 6 meses?

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  2. Para mim tem 1 dia, já que só tive acesso ontem ao texto, mas creio que foi publicado em Dezembro de 2008 pela 1ªvez..de qualquer das maneiras é digno de ser lido.

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  3. o carlos daniel é benfiquista ferrenho e com muitos anos de socio dos lampioes...

    digo isto pq ja ja estive em jantares com ele e algumas pessoas da familia dele em paredes, terra de onde ele é...

    mas sempre simpatizou e continua a simpatizar com o nosso vitória....

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  4. Ao ler isto, lembrei-me das centenas de horas passadas com um mísero rádio a pilhas encostado à orelha, à espera do céu ou do inferno. Ou da impressão que a escultura do Cascavel que me fazia. Seria um Deus? São tantas as memórias do Vitória, boas quase todas. Mas acho que foram as más, diria as péssimas, que me fizeram amar mais o Vitória.
    Não tenho dúvidas: havemos de ganhar o campeonato. A redenção há-de chegar. E eu estarei lá.

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Vitória de Guimarães SEMPRE!!!